domingo, 8 de agosto de 2010

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E na busca incessante de saber quem se é, de saber quem sou. Me sinto no livro de Sofia, com cartas de mim mesma chegando sem parar...Eis que sinto frio andando numa rua deserta, me percebo como a solidão acompanhada pelo ruído do vento contra meu corpo. Me percebo então diante de um alegre casal que se beija e me sinto a paixão fantasiada, cheia do calor que o tempo apagará. Percebo uma jovem que chora a traição do amado e me sinto a lágrima salgada cheia de dor, que sangra no rosto e seca, mas sangra por dentro e isso não vai secar. Percebo alguém de maior idade, com um sorriso franco de quem já sabe demais e me sinto como um livro de pensamentos e reflexões há quem recorrerão os desesperados, sem saber que o tempo é que os ensinará. Vejo um grupo de jovens que enrolam a seda, felizes em sua audácia burguesa, e me sinto como uma chama que pensa que jamais irá se apagar. Ao lado deles vejo alguém com uma cerveja que sõ observa, e sei que sou agora uma mente incapaz de se adaptar.
Meu caminho depois de cansar-me de sensações me leva há um banheiro de inúmeros segredos proibidos e me mostra um espelho...e sinto que sou apenas uma grande interrogação aflita com tantas vírgulas em busca de um ponto final.

Um comentário:

Cassandra disse...

Lindo texto! Sensacões mais lindas ainda! Um dos seus melhores textos!